Com um crescimento de 12% num ano, a riqueza produzida na Área Metropolitana do Porto (AMP) representa já 16,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Dados do Boletim Económico, elaborado pelo Município, que retrata a cidade e a AMP em matéria de demografia, talento, saúde, macroeconomia, transações, empresas, turismo e infraestrutura, imobiliário e habitação e desenvolvimento sustentável revelam, ainda, um aumento de 2,4% do número de habitantes em 2023, graças à imigração.
A perspetiva atinge os 248.769 residentes, com uma contribuição de quase 23 mil vindos da atratividade da cidade para populações estrangeiras que escolhem o Porto para se estabelecerem.
Com base no número de dormidas de turistas, nos fluxos pendulares e nas estimativas da população residente, é esperado que aqui circulem, em média, cerca de 400 mil pessoas por dia.
Com records atingidos no turismo, registo para os 2,8 milhões de hóspedes, os 15,2 milhões de passageiros que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro movimentou e os 434,7 milhões de euros de proveitos dos alojamentos turísticos.
No que concerne ao consumo, as transações na rede multibanco com cartões portugueses ultrapassaram os níveis pré-pandemia em 2022 e 2023, tendo aumentado 7,1% em termos homólogos no último ano e totalizado cerca de 2,8 mil milhões de euros.
O consumo realizado através de cartões estrangeiros, por sua vez, apresentou um crescimento mais significativo, totalizando 650,8 milhões de euros (aumento de 71,7% face a 2019).
Os dados comprovam um crescimento da economia na AMP desde 2018, tendo a riqueza da região aumentado mais de 12% entre 2021 e 2022. Os 40 mil milhões de euros representam uma fatia de 16,2% do PIB nacional.
Investimento direto estrangeiro cria quase seis mil empregos
As empresas da região atraíram 4,3 mil milhões de euros de investimento, um aumento de 10% essa capacidade num só ano, sendo que um quarto desse capital corresponde a projetos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE), criadores de quase seis mil empregos.
Em 2023, assistiu-se a um aumento no número de empresas constituídas na ordem dos 5,8%, refletindo um saldo excedentário de 49,5% quando analisada a diferença entre empresas constituídas e dissolvidas.
De acordo com o boletim, as famílias na região do Porto (5,8%) que recebem abono são em menor número do que a média nacional (8%), mas são mais os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (6,1% contra 2,5%). Com pouco mais de dez mil desempregados inscritos, a região apresenta quase quatro vezes mais médicos e enfermeiros por habitante do que o resto do país.
Ao nível do ensino superior, os dados indicam que os estabelecimentos localizados na cidade correspondem a 67% do total da AMP e a 13,9% do total nacional. No ano letivo 2022/2023, as instituições de ensino superior do Porto formaram 16.083 estudantes, o que corresponde a 16,8% do total de diplomados do país.
“Uma administração transparente é essencial para a construção de confiança entre a população e as autoridades locais”, acredita o vereador da Economia. Para Ricardo Valente, “a disponibilização de dados económicos claros e acessíveis fortalece a accountability, ou seja, a prestação de contas por parte dos governantes”.
Um outro ponto crucial, afirma, é o impacto que a disponibilização destes dados tem nos cidadãos, nos investidores e nas instituições da cidade.
“Para os cidadãos, o acesso a informações económicas confiáveis pode influenciar desde decisões de consumo até ao planeamento financeiro familiar. Para os investidores, é vital para avaliar o ambiente de negócios da cidade, identificando oportunidades de investimento e riscos associados. No caso das instituições, tanto públicas quanto privadas, os dados são essenciais para o planeamento estratégico e operacional”, considera o vereador.
O Boletim Económico do Porto 2023 pode ser consultado na página do Município assim como na plataforma de informação económica Leme.