Porto: Mercado Temporário do Bolhão encerra este sábado

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Mercado Temporário do Bolhão

Ao fim de 4 anos em funcionamento e de 6,5 milhões de visitantes

Santa Padroeira do Bolhão regressa à casa original pela mão dos comerciantes às 10h do mesmo dia

No próximo sábado, 10 de setembro, o Mercado Temporário do Bolhão (MTB) fecha as suas portas. Às 10 horas, os comerciantes levam a Nossa Senhora da Conceição do MTB ao restaurado Bolhão, para abençoar a casa de sempre.

O Mercado Temporário do Bolhão acolheu comerciantes e clientes durante quatro anos, enquanto decorreu o restauro e modernização do edifício histórico do Bolhão. Sábado, encerra as suas portas e decorrem os últimos preparativos para a instalação dos comerciantes na sua casa de sempre.

A assinalar a data, os comerciantes farão o transporte da Nª Sra. da Conceição, companhia dos comerciantes históricos desde 1968, para o seu verdadeiro lugar: o nicho da entrada principal do Bolhão, na Rua Formosa. Durante a estadia no Temporário, a famosa Santa teve presença permanente na nova morada. É, aliás, foco da devoção de muitos e acompanhou de forma especial este período novo e de transição. A Nossa Senhora da Conceição do Bolhão foi encomendada por um grupo de vendedoras do mercado ao arquiteto Bernardino Basto Fabião (1912-1998), tendo para isso contado com o apoio financeiro da Câmara Municipal do Porto.  

Depois de quatro anos e uma pandemia, é tempo ainda de fazer um balanço do mercado temporário, instalado no Centro Comercial La Vie. Nunca tendo fechado as suas portas, o Temporário acolheu 82 comerciantes históricos, tendo atravessado uma pandemia com fortes condicionantes alheias a todos. Este espaço fecha as portas com perto de 6,5 milhões de visitantes.

A proximidade à sua casa-mãe e a criação das melhores condições para o exercício das atividades foram determinantes no alcance destes resultados.

Até 2021, a afluência total era de 5,4 milhões e a afluência diária superava já então o melhor dia registado no antigo Bolhão. Chegados a 2022 e em pouco mais de 8 meses, somaram-se mais 1 milhão de visitas.

Da obra no Bolhão ao Mercado Temporário

Estávamos em novembro de 2016 quando foi lançado o concurso para o restauro e modernização do Bolhão, obra que viria a iniciar-se no ano seguinte. O edifício do Mercado do Bolhão apresentava problemas estruturais, não estando dotado das condições de segurança e de higiene alimentar ou acessibilidade compatíveis com a legislação em vigor. A intervenção de fundo que urgia implicava a retirada dos comerciantes até a obra estar findada, conseguindo uma alternativa à altura da exigência de manter viva a alma do Bolhão.

Em abril de 2016 havia sido anunciada por Rui Moreira a transferência temporária dos vendedores para o Centro Comercial La Vie, a poucos metros do mercado do Bolhão, e em novembro do mesmo ano era aprovada, em Assembleia Municipal, sem votos contra, a solução encontrada para a nova localização do mercado temporário. 

No decorrer do processo de transição para o mercado temporário, a Câmara Municipal do Porto criou todas as condições para que a maioria dos comerciantes mantivesse a sua atividade durante o tempo das obras e regressasse, depois, ao Mercado do Bolhão.

No início de 2017 sabíamos já que 74 dos 97 comerciantes do interior do Mercado do Bolhão iriam continuar a sua atividade no mercado após a sua reabilitação e que estes poderiam, pela primeira vez, passar a poder transmitir o direito aos filhos ou a cônjuges, transferindo gratuitamente a licença para um familiar. Estava garantida, também desta forma, a continuação do mercado enquanto local de venda de produtos frescos, com administração municipal. Quanto aos 23 comerciantes que não continuariam no mercado, a maioria com idades avançadas, afirmavam que não reuniam capacidades para continuar e foram indemnizados pelo município.

No último dia de março de 2017, já com o espaço escolhido, era promovido pela empresa municipal GO Porto o concurso para a criação do mercado temporário. A empreitada incluía a total requalificação da loja do centro comercial e a colocação de bancas de mercado novas e modernas, assim como equipamentos de exposição, refrigeração, confeção, armazenagem e utilitários que servissem da melhor forma os comerciantes.

A setembro do mesmo ano estavam concluídas as obras do Mercado Temporário: o espaço com mais de cinco mil metros quadrados e que interagia com a mesma estação de metro, a do Bolhão, estava beneficiado com acesso direto pela Rua Fernandes Tomás, assim como pelo interior do Centro Comercial, através das escadas rolantes e dos elevadores e tinha ligação, também, pelo parque de estacionamento. Um acesso direto pela Rua da Alegria aos cais de cargas e descargas, bem como a existência de um armazém, asseguravam o abastecimento do mercado. O interior tinha adotado uma estética funcional com ótimas condições de circulação e estava organizado por tipo de atividade, estando os ramos de negócio agrupados e identificados por cores diferenciadas. Estavam reunidas, por fim, as condições logísticas, de salubridade e de venda para o acolhimento condigno dos comerciantes e inquilinos do Bolhão.

Com o Mercado Temporário do Bolhão pronto a abrir, Rui Moreira toca o sino do “até já” no Mercado do Bolhão. Encontrávamo-nos a 28 de abril de 2018, último dia de atividade no lugar de tradição, e ainda nessa tarde, assim como nos dias seguintes, decorreria a transferência para o espaço provisório, deixando tudo a postos para a inauguração do MTB, a acontecer cinco dias depois.

Quarta-feira, 2 de maio, a cidade do Porto desperta com uma gigante e impactante campanha de promoção do mercado que saiu para as ruas: 500 mupis, ativações em estações do Metro do Porto, comunicação nos media tradicionais e meios digitais, um website do mercado do bolhão e, ainda, o chão da Rua Fernandes Tomás pintado com quadrículas, de modo a assinalar a curta distância entre o Mercado do Bolhão e o mercado temporário e a referenciar a nova localização deste último, tendo por base a marca criada. Com a presença do Presidente da República e de uma multidão expectante a acompanhar Rui Moreira, chegava a hora de levantar o pano do Mercado Temporário do Bolhão.

Nos tempos de funcionamento que se seguiram, a população da cidade e milhares de visitantes anuíram ao repto lançado pelo Presidente do Município e fizeram do mercado temporário uma paragem assídua para, durante o horário que fora alargado, comprarem produtos frescos, adquirirem artigos das lojas e para almoçarem ou jantarem nos três restaurantes que integravam os 82 comerciantes movidos para o temporário. Os diversos eventos gastronómicos e culturais, que marcaram a agenda do Bolhão e que constituíram uma novidade na sua história, também atraíram muitos visitantes e refletiram a intensa aposta do Município em comunicar e promover o mercado. Esta aposta apenas foi interrompida pela pandemia.

Quatro anos passados desde o rebuliço da inauguração e com uma pandemia pelo meio, resumimos os principais dados sobre um mercado provisório que preservou e cuidou da alma do Bolhão.

Factos e números

Dia de abertura: 2 de maio de 2018

Dia de encerramento: 10 de setembro de 2022

Número de bancas: 53

Número de lojas: 9

Número de restaurantes: 4

Por agora, é tempo de fechar mais este capítulo da história do Bolhão e contar os últimos dias até à reabertura da “casa” de todos: o renovado Mercado do Bolhão.

Fonte: CM Porto

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