Município tem uma das tarifas de água mais baixas da Área Metropolitana
O Porto é um dos municípios que menos desperdiça água potável em Portugal, tendo registado um índice de Água Não Faturada de 13,4% em 2022. A cidade tem melhor desempenho do que a média nacional e posiciona-se assim como referência na gestão de perdas.
O resultado alcançado corresponde a menos de metade do valor médio nacional que, segundo a ERSAR, ronda os 30%, com 45 municípios do país a terem perdas acima dos 50%. O valor de 13,4% alcançado no ano passado significa uma melhoria de 1,4 pontos percentuais, relativamente aos 14,8% registados em 2021. Estes valores contribuem para a definição do custo do abastecimento de água na cidade, que se mantém entre os mais baixos dos concelhos da Área Metropolitana do Porto.
“Atingimos em 2022 o valor mais baixo de sempre no que respeita a água não faturada, uma tendência que aliás já se registava em anos anteriores. No contexto em que vivemos, onde a escassez de água é cada vez mais uma realidade, evitar o desperdício diário de milhares de metros cúbicos de água, é algo de que nos devemos orgulhar”, afirma Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto.
Com efeito, os números são expressivos quando consideradas as poupanças de água diárias, que já são perto de 8000 m3. Nos últimos anos, as poupanças acumuladas com medidas de eficiência da água representam 84,3 milhões de euros, para além da sua importância para a sustentabilidade de toda a cidade. A aposta e os investimentos realizados pela Águas e Energia do Porto no combate ao desperdício explicam, em larga medida, estes indicadores e colocam o Porto no restrito núcleo de municípios cuja qualidade de serviço é considerada “excelente”.
Município investe na pesquisa ativa de fugas
Integrado numa estratégia global, o Programa de Gestão e Redução de Água Não Faturada implica a monitorização, em tempo real, de toda a rede pública através de mais de 340 equipamentos e sensores de última geração, a que se juntam plataformas de análise, inteligência artificial e machine learning para apoio à gestão e decisão. Inovação e tecnologia que se aliam ao saber e experiência dos colaboradores da empresa municipal, como por exemplo as equipas especializadas de “sondadores”.
Recorde-se que, num sistema municipal com mais de 80 zonas de abastecimento controladas, a Águas e Energia do Porto tem diariamente no terreno técnicos especializados na deteção e localização precoce das avarias e fugas de água, permitindo uma atuação célere e eficaz na sua resolução. Só no ano passado, o índice de pesquisas ativas de fugas de água situou-se nos 400%, tendo as equipas técnicas percorrido a cidade cerca de quatro vezes.
Do total de avarias e roturas na rede de abastecimento de água, perto de 60% foram detetadas pelas equipas da Empresa Municipal, através da atividade da sondagem e controlo de perdas, sendo que 83% foram reparadas no próprio dia.
Renovação de infraestruturas melhora qualidade do serviço
Está também em curso um plano de renovação da rede de infraestruturas de distribuição de água, que inclui a substituição de diversas condutas e reservatórios. Este plano permite evitar possíveis roturas e garantir a manutenção da excelente qualidade da água que chega às torneiras de todos os portuenses.
Uma das estratégias implementadas pelo município no ano passado, que consiste numa empreitada contínua para intervenção em infraestruturas prioritárias, permitiu a renovação de três quilómetros de condutas, contribuindo para reduzir perdas de água e o desperdício ambiental. Em paralelo, foram substituídos 22 350 contadores, cerca de 14% do parque de contadores instalado, o que também contribui diretamente para os resultados. Saliente-se que mais de metade dos clientes (61%) da empresa já dispõe de contador com telemetria. O plano de trabalhos em curso ao nível do combate ao desperdício de água garante a segurança, fiabilidade e sustentabilidade do sistema municipal e está em linha com as políticas de sustentabilidade que o Município tem vindo a implementar. “A água é um bem precioso e cada vez mais escasso, como aliás todos sentimos durante a seca que marcou o ano passado. Por isso mesmo, todos somos responsáveis pela preservação deste recurso essencial. No Porto, trabalhamos diariamente, através de várias ações reunidas no Pacto do Porto para o Clima, com o objetivo de construir uma cidade mais sustentável e adaptada às alterações climáticas”, conclui Filipe Araújo.