Porto celebra Dia Nacional dos Centros Históricos com mais de 80 atividades

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O Dia Nacional dos Centros Históricos assinala-se, oficialmente, a 28 de março. No Porto, a celebração antecipa-se para o fim de semana anterior, dias 23 e 24, e convida a descobrir o Centro Histórico da cidade, entre visitas guiadas, exposições, workshops, música, teatro, dança e oficinas diversas.

O programa, constituído por mais de 80 atividades, engloba iniciativas para todos os públicos, incluindo crianças e famílias. Museus, monumentos, igrejas e outras instituições vão abrir as portas à população e visitantes, com iniciativas promovidas por 33 entidades, sob a coordenação da Direção Municipal de Cultura e Património da Câmara do Porto e a colaboração da empresa municipal Ágora.

Classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 1996, o Centro Histórico do Porto celebra, uma vez mais, a data com uma vasta oferta cultural e recreativa. A grande maioria das atividades é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.

Visitas convidam a conhecer espaços emblemáticos da cidade

Estão planeadas diversas visitas guiadas, por exemplo, ao interior do Torre e Museu dos Clérigos, entre as 10 e as 11 horas, com repetição das 16 às 17 horas. Para esta atividade é obrigatória inscrição prévia em www.torredosclerigos.pt.

“Uma Aventura em Família” à Igreja de São José das Taipas convida a embarcar numa visita onde a cultura e a aventura se fundem, numa experiência multigeracional, adaptada a todas as idades. Acontece no sábado, dia 23, das 15h30 às 17 horas, sendo que carece de inscrição prévia, através do endereço de email igrejadastaipas@gmail.com. E tem um custo simbólico de um euro para ajudar no restauro da balaustrada do edifício.

“O Porto na 2.ª metade do século XIX: as Casas Fotográficas” é outra das propostas contempladas pelo programa, na categoria visitas guiadas no exterior. Vai conduzir os participantes num pequeno percurso pela zona circundante ao Centro Português de Fotografia (Largo Amor de Perdição), onde, no passado, se localizaram diversas casas fotográficas. Antes, haverá uma conversa e visita à exposição “Casas Fotográficas do Porto no séc. XIX”, com os autores Maria do Carmo Serén e Augusto Lemos. Acontece no domingo, dia 24, das 15h30 às 17h30. É de entrada e participação livre (até à lotação do espaço).

Para um perfil mais explorador, o programa do Dia Nacional dos Centros Históricos propõe visitas livres. Entre os espaços que abrem portas, menção ao Quartel do Carmo, sede do Comando Territorial do Porto da GNR, aberto nos dois dias, das 10 às 13 horas e das 14 às 18 horas.

Também a Farmácia Hospitalar do Museu do Centro Hospitalar do Porto estará de portas abertas durante o fim de semana de 23 e 24 de março, das 10 às 13 horas, reabrindo das 14 às 20 horas. Convida a conhecer inúmeros objetos que remetem para as correntes terapêuticas da época oitocentista, num singular legado patrimonial e científico.

Museu e Bibliotecas do Porto com oficina e “Objetos e seus Discursos”

Organizada pelo Museu e Bibliotecas do Porto está programada uma oficina – “À descoberta das rotas comerciais do Porto” – no dia 23, entre as 10h30 e as 12h30, no Arqueossítio, situado na Rua D. Hugo, 5. Aqui foram descobertos artefactos provenientes de longínquas paragens e várias épocas históricas.

Nesta oficina, os participantes vão ficar a conhecer como eram produzidos, trocados e usados estes objetos, a partir de um conjunto de atividades lúdicas: modelagem, pintura e jogo de tabuleiro. No final, cada participante levará consigo diferentes histórias para contar e um singular artefacto feito por si. Destinado ao público em geral, especialmente crianças a partir dos cinco anos (o espaço não permite o acesso a pessoas com mobilidade condicionada), a entrada é livre, sujeita a inscrição obrigatória para arqueologia@cm-porto.pt.

O ciclo “Um Objeto e Seus Discursos” regressa também no sábado, dia 23 de março, com a análise do “Pergaminho das despesas do batizado do Infante D. Henrique”. No mesmo dia, às 18 horas, na Casa do Infante, vai ser apresentado um documento, muito singular, do Arquivo Histórico Municipal do Porto. Este é o mais antigo testemunho escrito conhecido sobre a vida do Infante D. Henrique. Um manuscrito, em pergaminho, escrito em letra gótica cursiva faz o registo das despesas suportadas pelo Município do Porto com os festejos do batizado do Infante, em 1394, apenas quatro dias depois do seu nascimento. A participação nesta iniciativa é gratuita, sujeita a inscrição obrigatória, através deste formulário.

Música e espetáculos multimédia

Toda a festa faz-se com música e o Centro Histórico não é exceção. Estão previstos vários concertos que prometem ser a banda sonora de um fim de semana dedicado à cultura e história.

O Coro do Centro Histórico do Porto sobe ao palco no sábado, dia 23, pelas 17 horas, no Palácio das Artes. São 40 cantores dos 27 aos 97 anos. Já no domingo, a Igreja de São José das Taipas acolhe, das 17h30 às 18h30, um concerto pelo Quarteto de Cordas da Orquestra de Câmara da Guarda Nacional Republicana. A entrada é livre e gratuita até à lotação do espaço.

A Igreja dos Clérigos apresenta o espetáculo multimédia Spiritus, das 21h15 às 21h45, em ambos os dias. A entrada também é livre.

Propostas itinerantes, performances e concertos

No dia 23 de março, às 15 horas, na Rua das Flores, e no domingo, dia 24, às 10 horas (Largo do Amor de Perdição) e às 15 horas (Praça da Batalha), um retratista histórico procura surpreender os transeuntes. Mr. P (assim se chama o pintor da corte do século XVIII) está disponível para retratar as figuras que passam e se atrevem a embarcar nesta aventura colorida.

Ainda no sábado, dia 23, o Terreiro da Sé é o palco para o concerto da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana. Com direção do Maestro Alferes Hélder Gonçalves, este concerto irá evocar clássicos nacionais e internacionais, com especial destaque para a música “Porto Sentido”, com arranjo de Silva Martins.

No dia 24, no mesmo palco improvisado do Terreiro da Sé do Porto, é apresentada a performance “O Berço”, em que participam 24 intérpretes do programa intensivo da Oficina Zero, numa criação de A PiSCina. O espetáculo concentra-se na Torre dos 24, antiga sede da primeira Câmara Municipal do Porto e berço da cidade.

Às 15 horas (Estação de São Bento) e 17 horas (Rua dos Flores) de domingo, será apresentada a animação “Fuga à Peste”, onde dois idiotas perdidos no tempo e no espaço andam de aldeia em aldeia carregando a casa às costas. Um espetáculo de teatro ambulante.

Ainda no mesmo dia, às 16h30, o coletivo A PiSCiNA apresenta a performance “A Voz da Ribeira”, no topo da escadaria de madeira do Cais da Ribeira. Tendo como cenário a Ponte Luís I, esta será uma apresentação com várias personagens que relatam testemunhos da época e memórias da Ribeira.

Destaque, à mesma hora (16h30), para o concerto do Coral Polifónico da Cruz, um grupo de Santa Maria da Feira que surge da fusão de três grupos litúrgicos do Seminário dos Passionistas. A apresentação será no Pátio da Casa do Infante.

Todas estas as iniciativas têm acesso livre, mediante as lotações do espaço de algumas das apresentações em espaço fechado.Conheça o programa completo do Dia Nacional dos Centros Históricos aqui.

Foto Miguel Nogueira – porto.pt

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