Marca Porto. celebra dez anos de inspiração com espetáculo inédito de luzes com drones

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Os dez anos do “Porto.” celebram-se no próximo dia 29 de setembro, com um espetáculo inédito de luzes com drones num dos locais mais emblemáticos da Invicta: os Jardins do Palácio de Cristal. A longevidade e reputação da marca – vista por outras cidades como um exemplo de city branding a seguir – são o mote para a festa, que terá início às 21h30 e é de entrada livre.

Foi no dia 29 de setembro de 2014 que o Município do Porto apresentou a primeira marca gráfica de cidade – designada “Porto.” –, trazendo uma nova abordagem à forma de comunicar. Depois de uma década em que acumulou prémios e serviu de inspiração a projetos semelhantes, chegou a hora de celebrar este símbolo com uma exibição nunca antes vista, em que os Jardins do Palácio de Cristal vão ser palco de um espetáculo de luzes e drones inédito na Invicta.

Cunho da marca Porto.

Na última década, este carimbo – cravado nas gigantes letras azuis localizadas em frente ao edifício dos Paços do Concelho – tem representado a identidade corporativa da autarquia, das empresas municipais e outros equipamentos de universo municipal, tornando-se inconfundível a nível nacional e internacional.

Da autoria do designer Eduardo Aires, da empresa portuense White Studio, a marca tem acarretado diversos prémios fora de portas: Graphis (Nova Iorque), um “pencil” da D&AD Awards (Londres) e dois troféus “ouro” no European Design Awards (Istambul), na categoria de Branding Implementation e Best of Show, em 2015.

Em 2016, a 5.ª Bienal Iberoamericana de Design (BID), que decorreu em Madrid, distinguiu o projeto de identidade da cidade do Porto com os prémios especiais Diseño Y Ciudad/Ayuntamiento de Madrid e Diseño para (por y con) la Cultura.

Além dos galardões internacionais com que já foi agraciada, a marca Porto. é ainda observada como um case study de sucesso em marcas de cidade, sendo apresentada e referenciada nos quatro cantos do globo.

De uma lata de Coca-Cola até Busan

Apenas um ano após a sua criação, a marca abriu a sua primeira loja oficial, contou com uma estrutura verde “Porto.” no Parque da Cidade e ainda inspirou uma lata de Coca-Cola desenhada a pensar na cidade. Corria o ano de 2015 quando, numa cerimónia nos Paços do Concelho, o presidente da Câmara, Rui Moreira, recebeu, simbolicamente, uma das novas latas com o desenho do Centro Histórico do Porto.

A multinacional criou a coleção “Património Revisitado”, retratando, com recurso a interpretações livres e evocativas, vários monumentos classificados pela UNESCO como Património da Humanidade.

Com o desenho de uma garrafa estilizada coberta de referências portuenses, como a Ribeira, o Mercado Ferreira Borges, a Sé ou o rio Douro, a criação de uma lata personalizada foi a forma encontrada pela empresa de bebidas para eternizar a Baixa portuense. Ao todo, foram produzidos 50 milhões de exemplares.

Mais recentemente, em 2023, a marca Porto. viajou até à Coreia do Sul, destacando-se como um exemplo de estratégia comunicacional no universo autárquico.

Na primeira edição do World City Brand Forum, que decorreu em Busan, a marca foi apresentada a especialistas do Japão, Singapura, Suíça e Alemanha, que ficaram a conhecer melhor as caraterísticas de uma cidade histórica, monumental e contemporânea e, ao mesmo tempo, cosmopolita, cultural e carismática.

No momento de celebração, Rui Moreira recorda o processo de criação deste símbolo e garante: “Nunca tive dúvidas de que a Porto. teria esta capacidade de se manter atual e resiliente”.

“A marca apresenta a palavra Porto rematada apenas com um ponto final. O sinal ortográfico significa que está tudo dito: é o Porto e basta! Não é necessário dizer mais nada, dada a ressonância (histórica, cultural, geográfica, sociológica, etnográfica, etc.) que envolve o topónimo”, refere o presidente da Câmara.

Dez anos depois, o autarca portuense considera que “a marca está cada vez mais presente no espaço público da cidade e continua a concitar o interesse e instituições e pessoas que dela se servem para comunicar”, destacando: “A longevidade da marca também não pode ser dissociada do seu impacto internacional. A Porto. continua a ser estudada e reconhecida internacionalmente, o que prova que, também lá fora, a marca é vista como atual e pertinente”.

Eduardo Aires, responsável pela criação da marca, não poderia estar mais de acordo com a perspetiva de Rui Moreira. “A marca é um elemento estratégico de afirmação, quisemos uma imagem sem tempo limitado, prazo de validade que não configurasse uma proposta de regime, nem ficasse refém de um Executivo autárquico com a sua assinatura própria, mas estivesse para lá dos calendários e dos ciclos conjunturais”.

Olhando para a última década, o designer portuense destaca três momentos altos que envolveram a marca: “o Teatro Municipal do Porto (TMP), o Mercado do Bolhão e a campanha de ação municipal contra a pandemia de covid-19. Nos três casos, e de formas complementares, a identidade visual assumiu derivações, cresceu, e cumpriu o seu papel de comunicar cidade de forma agregada e reconhecível”.

O criador orgulha-se ainda do legado que foi deixado, até porque, em apenas uma década, a marca teve capacidade para viajar por Espanha, Moçambique, Omã, Peru, Argentina, Chile, Países Baixos, Coreia do Sul, México, Grécia, Turquia, França, Alemanha, China, Bélgica e Luxemburgo, onde serviu de exemplo a outras criações semelhantes.

“Porto, ponto. É indiscutível, incontornável, incomparável.”, remata Eduardo Aires.

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