O Auditório do Mosteiro de Ancede Centro Cultural – MACC Baião, acolheu, no dia 26 de outubro, as Conversas da Agro Douro Verde – Resiliência e Sustentabilidade nos Territórios Rurais. Este evento, promovido pela Câmara Municipal com o propósito fomentar o diálogo e a reflexão sobre os desafios e o futuro do setor agrícola e florestal, registou uma adesão significativa, espelhando o interesse e a pertinência do tema.
Na abertura da sessão, o presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, defendeu a “necessidade de consciencializar para os problemas emergentes e os desafios sociais atuais”, explorando “novos caminhos e definindo novas estratégias para fortalecer a resiliência e sustentabilidade dos territórios rurais, bem como a competitividade do setor primário”.
O autarca apresentou uma visão abrangente sobre o setor, evidenciando através de dados estatísticos a sua transformação, nomeadamente pela diminuição do número de explorações agrícolas e dos seus efetivos, em alguns casos. Por outro lado, salientou fatores de crescimento, como o aumento da área dedicada a frutos frescos, citrinos, vinhas e a expansão para 6.500 hectares de exploração florestal.
MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SETOR AGROFLORESTAL
Paulo Pereira elencou algumas das medidas implementadas pelo município para fomentar o setor agroflorestal, como o “apoio financeiro aos criadores de gado, a classificação da Serra da Aboboreira como Paisagem Protegida regional e a aquisição de terrenos para gestão florestal”. Outras ações incluem a valorização da agricultura de aldeia através de “condomínios de aldeia”, a rearborização de áreas específicas, os avanços para criação de uma Zona de Intervenção Florestal, e o desenvolvimento de uma Central de Biomassa para utilização de recursos endógenos na produção de energia, um projeto para o qual já foram realizados estudos de viabilidade. O município alimenta ainda o compromisso com a valorização dos ecossistemas, renovando a certificação como Destino Turístico Sustentável, em cumprimento dos rigorosos parâmetros estabelecidos pela entidade certificadora.
O edil de Baião lançou, assim, alguns dados para a análise e debate, seguindo-se um conjunto de intervenções e discussão sobre múltiplos temas, no encontro que reuniu autarcas, líderes associativos e representantes de entidades regionais e nacionais ligados ao setor agrícola e florestal. A sessão contemplou debates sobre temas como a “Adaptação às Alterações Climáticas; as Zonas de Intervenção Florestal; a Importância dos Grupos de Ação Local no Desenvolvimento dos Territórios; o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum e o Potencial Cinegético da Região”. Foram ainda apresentados testemunhos dos parceiros locais e do público presente.
No evento, que também contou com a presença do vice-presidente da Câmara de Baião, Filipe Fonseca, e do vereador dos Assuntos Económicos, José Lima, intervieram várias personalidades, entre as quais Telmo Pinto, primeiro-secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa; José Carlos Valente, em representação da APATA – Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais; Mota Alves, da Federação Minha Terra; Isabel Santana, da CONFAGRI – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas; Luso Matias, do Clube Português de Monteiros; Luís Soares, coordenador da Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional; Joaquim Madureira, presidente da ACRIBAIMAR – Associação de Criadores de Gado Baião/Marco; Fernando Moreira, presidente da ANCRA – Associação Nacional dos Criadores da Raça Arouquesa e Pedro Alves, da Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega. A moderação ficou a cargo de José Martino, da Ruris Societate.
No encerramento da sessão, o vereador dos Assuntos Económicos, José Lima, agradeceu aos participantes e realçou a qualidade e o interesse das intervenções, frisando que “ficámos todos enriquecidos com este debate”.