A Câmara do Porto quer retomar a travessia fluvial entre o Cais do Ouro e a Afurada, parada há 4 anos. A proposta visa estudar a procura e viabilidade, buscando mobilidade sustentável no rio Douro.
A Câmara do Porto vai pedir um estudo de procura sobre a travessia fluvial do Douro entre o Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar, anunciou o presidente Rui Moreira nesta terça-feira, na sequência de uma recomendação apresentada pela CDU
A proposta defendia “a rápida reposição da travessia fluvial entre o Cais do Ouro [Porto] e a Afurada [Vila Nova de Gaia]”, tendo a vereadora da CDU Joana Rodrigues apontado que a travessia “é importante” para a cidade, “está interrompida há mais de quatro anos, tem havido conversações e propostas que não estão concretizadas”, sendo agora “altura de se dar um passo em frente”.
“Se estiverem de acordo, aproveitando a recomendação da CDU, que irei votar favoravelmente, pediríamos à STCP Serviços para encomendar um estudo de procura que depois nos dê o argumentário junto da Área Metropolitana e junto dos outros municípios”, disse Rui Moreira nesta terça-feira na reunião de câmara.
O autarca eleito pelo movimento independente “Rui Moreira – Aqui Há Porto!” considerou que o serviço “só entre Gaia e Porto é demasiadamente redutor”, considerando “muito mais importante haver a possibilidade de ziguezaguear, principalmente para populações ribeirinhas, que vivem em Gondomar e vêm para o Porto e não têm transporte público adequado e rápido“.
Rui Moreira recordou que o barco Flor do Gás, que fazia o serviço anteriormente, “não era um transporte público, era um operador privado que tinha uma licença especial que fazia aquela operação entre as duas margens”.
Já o vice-presidente Filipe Araújo disse que compete à Área Metropolitana do Porto (AMP) definir se se pretende “estabelecer um serviço público regular de transporte fluvial”, em termos de custos e exigências legais, ou “autorizar serviços fluviais de natureza turística”.
Já a vereadora do PSD Mariana Ferreira Macedo vincou que “o Porto e a Área Metropolitana têm de dar um passo em frente relativamente à mobilidade sustentável”, e que o rio Douro “é uma infraestrutura natural de mobilidade que tem vindo a ser ignorada”, não sendo “apenas um bonito postal turístico”.
A proposta foi votada favoravelmente por todos os vereadores à exceção dos do PSD, que se abstiveram.
No dia 05 de maio, Rui Moreira já tinha dito na Assembleia Municipal que era “um desperdício” não se avançar com o transporte fluvial no rio Douro, via com “um potencial enorme” para o transporte público.