Até ao final de julho, o Porto acolhe 12 projetos artísticos promovidos pelo município, com forte participação comunitária. A iniciativa reúne dez comunidades locais e soma 28 apresentações públicas em 11 espaços distintos da cidade. Fruto da primeira open call lançada no âmbito deste programa, esta edição aposta na descentralização cultural e na cocriação com os cidadãos, refletindo temas como memória, território, ecologia, inclusão social e justiça.
Entre as propostas, destacam-se criações intergeracionais, como o espetáculo “Memórias de um Corpo”, desenvolvido pelo Balleteatro com seniores e alunos de dança, ou projetos como “Terracota que à terra volta”, que promove a criação coletiva em cerâmica com moradores de Campanhã. Há também espaço para a música tradicional, com o “Conjunto d’Alegria”, e abordagens performativas sobre temas urgentes, como o direito à habitação, a exclusão social ou as experiências de corpos dissidentes, como em “Um corpo é uma forma”, apresentado pelo TUP.
A programação inclui ainda propostas para a primeira infância, oficinas de canto e teatro, percursos sensoriais, instalações artísticas e conversas públicas. Projetos como “Mulheres em Cena”, “IRM_A” ou “CEP: Corpografias Escreviventes Pretuguesas” dão voz a grupos muitas vezes invisibilizados, promovendo a reflexão e a escuta ativa em torno da diversidade e da pertença.
A programação arrancou no passado dia 17 de junho com o espetáculo “2000 A.D.” de Samuel Úria, no Museu do Porto – Reservatório, num concerto que cruzou canção de intervenção com poesia e crítica social.
