A padroeira do Bolhão já está instalada no mercado restaurado, à espera que os comerciantes façam a respetiva mudança. O Mercado Temporário do Bolhão fechou as portas neste sábado, e na próxima quinta-feira, dia 15, o centenário Mercado do Bolhão volta a receber comerciantes e clientes.
Não foi um “adeus”, mas um “até já”: no último dia de funcionamento do Mercado Temporário do Bolhão, a imagem de Nossa Senhora da Conceição, companhia dos comerciantes do histórico mercado desde 1968, foi transportada do espaço onde se encontrava provisoriamente para o nicho da entrada principal do Bolhão, na Rua Formosa. A “protetora dos comerciantes”, como lhe chama Emília Augusto, aguarda que eles façam a mudança para o espaço restaurado, cujas portas reabrem na próxima quinta-feira.
Coube às mãos seguras da veterana comerciante da banca Artesanato Miló carregar a imagem do Mercado Temporário até ao Bolhão, suscitando a curiosidade de transeuntes e turistas, durante o curto trajeto que separa os dois espaços. “Entrei no Bolhão com 12 anos, tenho 82”, recorda a comerciante, comparando o mercado histórico a uma “escola”.
“É a protetora dos comerciantes”, explica, referindo-se à imagem de Nossa Senhora da Conceição. “Os comerciantes do Bolhão são pessoas de fé”, acrescenta Emília Augusto, notando as diversas oferendas feitas à santa: “Os fios e anéis não são todos de ouro, mas são todos muito valiosos.”
Há quem não resista à curiosidade e espreite para o pátio da entrada do Bolhão, na Rua Formosa, notando que o nicho da santa mudou de lado: encontrava-se à esquerda de quem entra, e agora situa-se à direita. “Já é a inauguração?”, questiona outra transeunte – para assistir a essa cerimónia será preciso aguardar mais uns dias. A reabertura de portas do Mercado do Bolhão acontece na quinta-feira, dia 15.
A mudança da imagem marca o dia de encerramento do Mercado Temporário do Bolhão. O balanço é positivo: 6,5 milhões de pessoas passaram por aquele espaço, que abriu portas em maio de 2018.
A Nossa Senhora da Conceição do Bolhão foi encomendada por um grupo de vendedoras do mercado ao arquiteto Bernardino Basto Fabião (1912-1998), tendo para isso contado com o apoio financeiro da Câmara Municipal do Porto.
Fonte: CM Porto – Fotos Filipa Pinto (www.porto.pt)